Em um cenário pandêmico no qual a maioria precisa manter distanciamento social do resto, havia quem tinha que enfrentar o vírus de perto para atender aos doentes ou suprir as necessidades básicas da população. Uma preocupação era latente, a falta de equipamentos de proteção nesse enfrentamento desleal. Mas no coração do movimento Maker tem muitas cabeças e mãos fervilhando por colaborar.
Várias ações de Makers pelo Brasil e pelo mundo apareceram, trabalhando coletivamente ou sozinhos na busca por soluções. O protagonismo do movimento Maker permitiu uma mobilização rápida com propostas variadas em diversas partes do país. Na base do movimento Maker, que vem ganhando força nos últimos anos, está a ideia de trabalhar em rede, compartilhar descobertas que podem melhorar a vida das pessoas e colocar o coletivo à frente do individual. Fica fácil entender sua evidência nesse momento.
No enfrentamento ao Covid-19 a maior parte dos Makers reuniu esforços na produção de “Face Shields” os escudos da face que criam uma barreira de proteção ao vírus, e a sua distribuição aos hospitais com baixo ou racionado número de equipamentos de proteção. A iniciativa Maker contra o Covid, por exemplo, já produziu e entregou mais de 4 mil Face Shields a mais de 30 instituições. Podemos visualizar as várias ações pelo Brasil nessa plataforma apoiada pelo Google que articula ações, centros de saúde e informações relevantes à produção nesse novo contexto.
Nós temos orgulho de dizer que a Casa Thomas Jefferson também participou de uma iniciativa de produção desses escudos. Fizemos parte da ação da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília, e cortamos na cortadora Laser mais de 4 mil escudos que foram entregues em alguns hospitais públicos do DF.
“Atuar como fazedores que somos, colocando nossa expertise, equipamentos e espaço à disposição para produzir soluções necessárias destes problemas reais, em um momento tão delicado e único como desta pandemia, tem total relação como o que acreditamos ser o papel e a missão de um espaço maker, na sua essência. Desejamos ajudar e estávamos ansiosos para tanto”. Soraya Lacerda coordenadora do Thomas Maker |
Vale ressaltar que outras iniciativas aconteceram como produção de máscaras de tecido, à exemplo das mulheres indígenas de Alagoas, Makers imprimindo peças de respiradores, ventiladores mecânicos sendo produzidos em universidades e tantas outras ações Makers.
O aprender fazendo nos permite desenvolver nossa autonomia e protagonismo desenvolvendo habilidades tecnológicas e humanas para construirmos soluções com propósito para um mundo real. O movimento maker não se trata de acender o LED. Somos parceiros na busca pelo conhecimento aplicado aliado ao olhar atento aos objetos e sistemas que nos cercam. Essa disposição nos permite enxergar possibilidades, inventar e transformar positivamente o ambiente que nos cerca e compartilhar com todos.
Sarah - Maker, 18/Out/2024